quinta-feira, dezembro 01, 2005

le paradis terrestre en son visage


Nem Platão, nem Baudelaire: a beleza é uma lição de ambigüidade moral.

Um rosto bonito, ainda que idiota, ainda que vulgar, por vezes ainda que criminoso, tem sempre um quê de altruísta; ele nos oferece tanto, e não pede nada em troca. Por isso mesmo, estamos sempre dispostos a perdoar suas faltas. Tão imoralmente quanto perdoamos um bom poema que nos leve a más ações.

7 Comments:

Blogger Odorico Leal said...

I do agree.

Ah, Rodrigo, Brideshead. Não sei o que aconteceu. O livro acabou comigo. Sinto que não preciso ler mais nada para o resto da vida.

Nevertheless, continuarei lendo para me ocupar. O que indicas?

Abraço,

8:38 AM  
Anonymous Anônimo said...

Um Blogger, ainda que arrogante, ainda que pretensioso, por vezes ainda mesquinho, "tem sempre um quê de altruísta; ele nos oferece tanto, e não pede nada em troca. Por isto mesmo, estamos sempre dispostos a perdoar suas faltas, Tão imoralmente quanto perdoamos um bom poema que nos leve a más ações."

continue assim!

10:38 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

ludovico, eu avisei, eu avisei.

já te falei sobre "tel quel", não?

and you, my sweet mr. anonymous, who are you? are you nobody, too? how public to be somebody, isn't it?

abraços

5:34 AM  
Blogger rodrigo de lemos said...

ah, sugiro "a handful of dust", ou "um punhado de pó", segundo tradução do diogo mainardi. não é tão bom, mas é mais cruel, sem dúvida. "e tem uma parte no brasil!", urra meu ufanismo verde-e-amarelo-grupo-anta.

ah, mas já leste?

abraço

5:37 AM  
Blogger Odorico Leal said...

Ah, acabei de comentar no blog que estou lendo Emily Dickinson. Esse poeminha aí é uma graça.

Não, não li ainda. Pretendo ler tudo desse sujeito. Depois de ler umas bobices da faculdade, vou ler o Decline and Fall e esse A handful of Dust. E na biblioteca da faculdade tem o The Loved One, que, dizem, é excelente.

Ah, o JP Coutinho disse que, há uns anos, conheceu um velho professor que conhecia a mulher que inspirou a personagem Julia. Ela ainda vive. O Coutinho cogitou ir à Inglaterra entrevistá-la, mas, desgraçadamente, não foi. Sinceramente, não sei o que o sujeito tinha de mais interessante para fazer.

Abraço,

6:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

A ironia de Platão, com uma imensa delicadeza de sentimento e de sensibilidade, sabia resguardar, ou ao menos ocultar, a suscetibilidade do coração; aquela essência olímpica de Goethe, que fazia versos sobre os seus sentimentos para se livrar deles, do mesmo modo Stendhal, Merimée...
Há também um desabafo nietzscheano: "Esses atuais poetas e romanciers parisiensis, cães finos e curiosos, que seguem e perseguem, de olho arregalado, 'a mulher' até suas intimidades mais malcheirosas".

8:58 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

boa citação, juliano. mas stendhal? stendhal era assim, é?

6:02 AM  

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