sexta-feira, junho 03, 2005

churrasquinho de poeta


"A primeira e única vez que vi uma tourada foi em Barcelona, em 1968, em companhia de João Cabral de Melo Neto. Fiquei horrizado. Uma covardia, disse eu a João, que me respondeu: "Nada disso. A tourada é a afirmação da inteligência sobre a força bruta". Retruquei que a força bruta era a do toureiro, armado de espada para matar um bicho estonteado, depois de passar vários dias no escuro. E tudo isso para as pessoas se divertirem (!?)."

(Ferreira Cullar, 7/4/2004)

É por isso que se lê João Cabral com prazer, enquanto a Velha Bruxa, só com injeções de insulina.


É que a mistura de humanismo, democraticismo e indignação feminina com azinjustissadumundu entope as veias do leitor mais sadio. Agora, imaginem as do próprio poeta: é derrame na certa.


Hmm, acabei de prever a morte do Ferreira Gullar. Oba.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Fiquei muito triste com o seu texto. Muito me decepciona saber que não gostas do que eu escreveo. Mas não se pode agradar gregos e troianos, não é mesmo?

abraços, e boa leitura do João

11:42 AM  
Blogger Odorico Leal said...

O que me espanta é que o João Cabral não o tenha agarrado pelo colarinho e lançado dentro da arena, entre touro e toureiro. Com quem ele ia querer argumentar?

*

Eu até gosto do "Poema Sujo". Tem boas passagens. Mas nada como "Dois Estudos Para Bailadora Andaluza".

*

Não vi o "Vivre sa vie". Vou procurar.

*

Abraço

5:32 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

é verdade; pessoas que não gostam do fereira gullar geralmente gostam do "poema sujo" - moi même, y compris. será que esta é a obra dele que vai "ficar"?

mas também é verdade: nada como os "dois estudos..."

abraço

7:43 AM  
Anonymous Anônimo said...

O espanhol acredita nele, mata-o dançando
No tempode sonho da arena Quem o mataria acordado?
MURILO MENDES


Nada a declarar.

9:07 AM  
Blogger rodrigo de lemos said...

e disse tudo, adriano.

7:37 AM  

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