churrasquinho de poeta
"A primeira e única vez que vi uma tourada foi em Barcelona, em 1968, em companhia de João Cabral de Melo Neto. Fiquei horrizado. Uma covardia, disse eu a João, que me respondeu: "Nada disso. A tourada é a afirmação da inteligência sobre a força bruta". Retruquei que a força bruta era a do toureiro, armado de espada para matar um bicho estonteado, depois de passar vários dias no escuro. E tudo isso para as pessoas se divertirem (!?)."
(Ferreira Cullar, 7/4/2004)
(Ferreira Cullar, 7/4/2004)
É por isso que se lê João Cabral com prazer, enquanto a Velha Bruxa, só com injeções de insulina.
É que a mistura de humanismo, democraticismo e indignação feminina com azinjustissadumundu entope as veias do leitor mais sadio. Agora, imaginem as do próprio poeta: é derrame na certa.
Hmm, acabei de prever a morte do Ferreira Gullar. Oba.
5 Comments:
Fiquei muito triste com o seu texto. Muito me decepciona saber que não gostas do que eu escreveo. Mas não se pode agradar gregos e troianos, não é mesmo?
abraços, e boa leitura do João
O que me espanta é que o João Cabral não o tenha agarrado pelo colarinho e lançado dentro da arena, entre touro e toureiro. Com quem ele ia querer argumentar?
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Eu até gosto do "Poema Sujo". Tem boas passagens. Mas nada como "Dois Estudos Para Bailadora Andaluza".
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Não vi o "Vivre sa vie". Vou procurar.
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Abraço
é verdade; pessoas que não gostam do fereira gullar geralmente gostam do "poema sujo" - moi même, y compris. será que esta é a obra dele que vai "ficar"?
mas também é verdade: nada como os "dois estudos..."
abraço
O espanhol acredita nele, mata-o dançando
No tempode sonho da arena Quem o mataria acordado?
MURILO MENDES
Nada a declarar.
e disse tudo, adriano.
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