segunda-feira, outubro 17, 2005

a tea with olga

É - a Criação tem câncer de mama.
A xícara se adapta mal na fuça.
Olga tenta tomar chá, e o derrama
Pelos cantos do beiço, e então soluça.

Cada gota que cai sobre o carpete,
Como os dentes do dragão, gera um homem;
Dum gole vêm mil mirmidões-coquete
Que se matam num charleston, e somem.

No Ritz, na entrada do Ritz, as senhoras
Riam em Si da minha amante estoa:
"Belos modos para o chá das seis horas!" -
Disso eu ri - o que Olga não perdoa;

(A etiqueta eupátrida, etc.)

Ela urrou, deu um pulo - o rabo em riste
Contra a prata e a porcelana, e isto é tudo:
Sumiu com um dos mirmidões. - Que triste
O desamor por falta de um canudo!

1 Comments:

Blogger rodrigo de lemos said...

ou cenas de uma paixão zoofílica (v. "A Macaca Olga no museu", LEMOS, Rodrigo de, Obras completas, Paris: Pléiade, 2005 - ou mais abaixo, neste mesmo blog).

7:27 AM  

Postar um comentário

<< Home