segunda-feira, outubro 31, 2005

A Passante

(E continua minha sina com a macaca Olga.)

Spiritus Mundi? - Um fantasma.
O mundo morreu, e de asma
Crônica, seca - um chão no estio:
Olga, a prisioneira, fugiu.

Desde então, as ruas - artérias
De um peito enfermo - são etéreas
Projeções do que não mais há
Em que eu... - Mas lá! - Quem será?

Na Teeladen - "one of those bells..."
Surge a Passante inesperada;
"Enfim uma fêmea sem nada
De pelos!" - E um coque, e três véus!

"Ça vous plaît?", de perto, lhe digo.
Pois ela espreita um pão-de-ló;
"Um dom do teu fiel Rodrigo..."
Ela ri, abre o leque e só

Faz que sim; meu pau se dilata
(O mundo respira: um pulmão!);
Trago o pão - ela, muito grata,
Vira, tira os véus - e é um cão.