segunda-feira, setembro 19, 2005

explicação para o post anterior


(Não foi culpa minha. Juro que não. Estava aqui conectado, suçando um sacolé de uva e vendo fotos de housewives anos 50, quando dois blogueiros encapuzados deram com o pé na porta do meu quarto e me colocaram uma espingarda de espoleta na cabeça. Exigiam que eu fizesse ao menos um post sobre desastres naturais, ou sobre políticos corruptos, ou sobre presidentes de superpotências, coisas do gênero. Tentei resistir o quanto pude. E, enquanto o blogger carregava, forçei uma negociação. Consegui reduzir o post que eles queriam a algumas fotos, isso em troca de um sacolé de tamarindo. Muito embaraçoso.

Mas agora, de volta ao normal. E para me redimir juro que vou escrever uns três posts sobre o T-Rex. E postar mais fotos do Fred Astaire, e mais piadinhas sobre poetas tropicalientes, e mais... - Ôpa, o que é isso? Não, calma aí! São eles de novo! Misericórdia! Misericór...!)









8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Rodrigo, tu começas a me preocupar; por sinal, o Jules Laforgue morreu em 1887, aos 27 anos.Pra te livrar dessa zica braba, coloco aqui um poema do mesmo (obs: dá só uma olhada no primeiro verso, vê se ele não te lembra qualquer coisa):

Sonnet de printemps

Avril met aux buissons leurs robes de printemps
Et brode aux boutons d'or de fines collerettes,
La mouche d'eau sous l'œil paisible des rainettes,
Patine en zigzags fous aux moires des étangs.

Narguant d'un air frileux le souffle des autans
Le liseron s'enroule étoilé de clochettes
Aux volets peints en vert des blanches maisonnettes,
L'air caresse chargé de parfums excitants.

Tout aime, tout convie aux amoureuses fièvres,
Seul j'erre à travers tout le dégoût sur les lèvres.
Ah ! l'Illusion morte, on devrait s'en aller.

Hélas ! j'attends toujours toujours l'heure sereine,
Où pour la grande nuit dans un coffre de chêne,
Le Destin ce farceur voudra bien m'emballer

4:11 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

é grave, roma, é grave.

e adriano, então quer dizer que me restam só 4 anos? (daqui a pouco 3). by the way, dia 25 de setembro acho que vou fazer uma orgia neonazista aqui em casa para celebrar esta entrada nos 24; te aviso se rolar. e traz teu quepe com a suástica (só ele).

ah, valeu pelo poema; até eu comprar les litanies de la lune, qualquer poema do laforgue via internet é bem-vindo. e é realmente impressionante; eliot era um mequetrefe. e mesmo assim melhor poeta do século lá-ri-rá.

abraço

4:34 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

ps: mas por que te preocupo? fiquei curioso.

4:35 PM  
Blogger Odorico Leal said...

Sim, sim, um mequetrefe. Um dos versos que eu mais gosto é "when lovely woman stops to folly". Mas este já nas notas ele revela o autor. E, sim, sim, o melhor poeta do século (embora eu não tenha lido Auden e meu coração balance por Pessoa).

Abraço,

5:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Rodrigo, me preocupa por essas estranhas fotos que tu tens postado ultimamente no teu blog, algo tem que estar errado. By the way, antes que eu me esqueça (sei que não tem nada a ver), mas tu esqueceste um fone de ouvido no porta-luvas do carro na noite de despedida do Gabriel.
Dá uma olhada nesse site, tem alguns poemas do Laforgue (aliás, acho melhor tu seres um Eliot e viver até os 76 anos de idade, tu consegues chegar lá com dignidade, I'm sure of that):

http://www.site-magister.com/laforgue.htm

É horrível soar repetitivo, mas lá vai: também acho Eliot o melhor poeta do século.
Ludovico:
1) Pessoa passa muito perto, sem dúvida, e supera em alguns, não raros, momentos;
2) não leste Auden? Corra até um biblioteca, é belíssimo, BELÍSSIMO; aconselho o poema The Letter, God, tão belo! Mas, ainda assim, não é melhor que Eliot;
3) poxa, dá um espaço pros não-bloggers postarem no teu Dessincronizado, já quis postar alguns comentários, mas não pude.
No mais, abraços a todos.

6:31 PM  
Blogger Odorico Leal said...

Oi, Adriano

A vantagem do Pessoa, acho, é que o sujeito é vasto demais; encontra-se tudo em Pessoa, tanto em forma quanto em conteúdo. Mas ambos são muito parecidos em alguns pontos. The Love Song quase que podia ter sido escrito pelo Álvaro de Campos tardio (só o fato de se poder falar em um "Álvaro de Campos tardio" é tão fascinante que ofusca qualquer outro nome - mas, meu Deus, onde está minha veia anglófila?!).

Antes havia comentário abertos, mas, você sabe, não há raça mais baixa que a dos comentaristas anônimos.

Abraços,

7:54 PM  
Blogger evelyn said...

Adriano,

Auden é mesmo um poeta extraordinário, já leu Age of anxiety? Já perdi a conta de quatas vezes já li estes versos:

he was my north, my south my east my west, my working week and my sunday rest; My noon, my midnight, my talk, my song; I thought that love would last forever: I was wrong

do seu Funeral Blues.

Já que estamos falando dos melhores poemas, sem fazer qualquer ressalva ao já mencionados (Stevens,Eliot,Pessoa, Auden - Laforge, desconheço)só para fazer um contraponto à mania anglófila, eu diria que Rilke e saus Elegias de Duíno é uma das melhores coisas que eu já li em poesia. É poeta seráfico por excelência, com requintes de maldito.

5:07 PM  
Blogger rodrigo de lemos said...

"funeral blues"! não conhecia este, brunilda. mas é bonito, muito bonito.

abraço

8:09 PM  

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