cante e dance com marvin gaye
Don't go and talk about my father
Cause God is my friend
Jesus is my friend
He loves us whether or not we know it
Just loves us, oh ya
And He'll forgive all our sins
Forgive all our sins
And all He asks of us, is we give each other love.
antes que acendam as fogueiras, ãh-ãh, eu não virei cristão. mas esta música quase me converteu - o que é uma coisa que sempre se repete durante os 4 minutos em que ela insiste em existir neste mundinho filisteu. o bom do marvin gaye neste disco é que ele consegue ser muito etéreo e muito sensual ao mesmo tempo; é um disco pra se ouvir tanto num lounge, o que é sempre uma coisa perigosamente metrossexual, quanto trancado num quarto escuro, fazendo cara de menino muito sério e "meditando sobre o sentido da vida". (eu sei, eu sei que a religiosidade das letras dele era naïve demais pra se prestar a arroubos místicos, mas os arranjos são os que menos longe estão do paraíso - ou os que mais se afastam do inferno - de toda a música pop.)
tudo isso pra dizer que, no final, grande arte - popular ou erudita, tanto faz - é isso mesmo: qualquer coisa que faz você se emocionar com aquilo que não concorda. e isso vale de serguei eisenstein a leni riefenstahl.
(agora, troque marvin gaye por bach e a letra de "god is love" por algum trecho da "paixão de são joão", que o texto continua valendo. ouvi uma vez esta peça no teatro e, enquanto estive lá - curvado diante do meu crucifixo dourado e ostentando uma longa cabeleira barroca - eu fui cristão. mas depois de duas horas, tudo acabou, tiraram a minha fantasia e fui posto pra rua; lá fora chovia, e eu ali sem guarda-chuva e convencido da mortalidade da alma.)
Cause God is my friend
Jesus is my friend
He loves us whether or not we know it
Just loves us, oh ya
And He'll forgive all our sins
Forgive all our sins
And all He asks of us, is we give each other love.
antes que acendam as fogueiras, ãh-ãh, eu não virei cristão. mas esta música quase me converteu - o que é uma coisa que sempre se repete durante os 4 minutos em que ela insiste em existir neste mundinho filisteu. o bom do marvin gaye neste disco é que ele consegue ser muito etéreo e muito sensual ao mesmo tempo; é um disco pra se ouvir tanto num lounge, o que é sempre uma coisa perigosamente metrossexual, quanto trancado num quarto escuro, fazendo cara de menino muito sério e "meditando sobre o sentido da vida". (eu sei, eu sei que a religiosidade das letras dele era naïve demais pra se prestar a arroubos místicos, mas os arranjos são os que menos longe estão do paraíso - ou os que mais se afastam do inferno - de toda a música pop.)
tudo isso pra dizer que, no final, grande arte - popular ou erudita, tanto faz - é isso mesmo: qualquer coisa que faz você se emocionar com aquilo que não concorda. e isso vale de serguei eisenstein a leni riefenstahl.
(agora, troque marvin gaye por bach e a letra de "god is love" por algum trecho da "paixão de são joão", que o texto continua valendo. ouvi uma vez esta peça no teatro e, enquanto estive lá - curvado diante do meu crucifixo dourado e ostentando uma longa cabeleira barroca - eu fui cristão. mas depois de duas horas, tudo acabou, tiraram a minha fantasia e fui posto pra rua; lá fora chovia, e eu ali sem guarda-chuva e convencido da mortalidade da alma.)
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